PERFIL DO ELENCO

As Operárias

MICHELLE VALLE (Rio-RJ/14/04/1982) - Modelo desde os 14 anos, Michelle realizou o sonho de ser atriz quando foi escolhida para protagonizar Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega. "Foi uma loucura maravilhosa do Carlão", diz ela, que sempre sonhou ser atriz. "Ele foi muito corajoso em entregar um papel de tanta responsabilidade a uma iniciante como eu". Para corresponder ao voto de confiança do cineasta, Michelle diz que deu tudo de si e apaixonou-se pela personagem. " Foi meu primeiro trabalho como atriz, nunca vou me esquecer de Aurélia ". Numa das mais comentadas seqüências do filme, Aurélia faz uma espécie de strip-tease ao contrário. Ou seja, aparece nua, no quarto, se vestindo para sair. "Como sou tímida" - conta Michelle - " tive muita dificuldade" neste e em alguns momentos mais calientes. "Mas Carlão" - confessa - "foi de imensa doçura e paciência comigo". Por isto, "tudo saiu bem". Michelle conta que gosta de "dançar, é trabalhadeira como Aurélia e faz questão de ajudar a família". Admite, portanto, que tem "pontos em comum" com sua personagem. "Só não sou tão solta quanto ela nas coisas relativas ao sexo". Depois de filmar Garotas do ABC, Michelle fez participação especial na novela Celebridade (interpretou a modelo Tereza, namorada do fotógrafo Bruno). Na trama de Gilberto Braga, ela se deixava fotografar numa praia, aos beijos com outro personagem, em busca de fama. A atriz protagonizou, no Mato Grosso, o curta Comprometendo a Atuação, de Bruno Bini. Seu parceiro no projeto foi o ator Jonathan Haagensen, de Cidade de Deus. Michelle vai, agora, matricular-se num curso de Artes Cênicas, pois quer desenvolver todos seus potenciais como atriz.

VANESSA ALVES (São Paulo/SP - 4 de setembro) - A atriz paulistana iniciou sua carreira na TV Record, no programa infantil Essa Gente Inocente (1975). Foi descoberta para o cinema pelo produtor Antonio Polo Galante e protagonizou o filme A Filha de Emanuelle (1980), de Oswaldo de Oliveira, ainda sob o codinome de Linda Vanessa. Seu segundo longa metragem como protagonista foi O Paraíso Proibido /1981, ao lado de Jonas Bloch, primeiro de uma série de filmes que viria a trabalhar com Carlos Reichenbach. Com o diretor, embora em papéis menores, atuou nos filmes Extremos do Prazer (83) e Filme Demência (85). No ano seguinte, foi uma das quatro protagonistas de Anjos do Arrabalde (melhor filme no Festival de Gramado/87), interpretando a jovem manicure que é estuprada na periferia paulistana. Por seu trabalho visceral, Vanessa ganhou o Kikito de melhor atriz coadjuvante e o Prêmio Governador do Estado de São Paulo/1988, de melhor atriz. No teatro, integrou os elencos de A Feira do Adultério e Oh! Calcutta! (86), Rapunzel (89), Trair e Coçar é Só Começar (94), Laços Eternos (95) e Sete Vidas (96). Na TV, fez Lua de Cetim (Cultura/86), Senti Firmeza (Band), Irmã Catarina (Gazeta/84) e Antonio Alves, Taxista (SBT/86). Em Garotas do ABC, seu quinto trabalho com Carlos Reichenbach, ela interpreta a operária Antuérpia, que define como "uma mulher forte, sensível, simples e batalhadora".

NATÁLIA LORDA (La Plata - Argentina -26/08/74). Natália está concluindo curso de Artes Cênicas, com especialização em Teatro, na Escola de Arte Dramática (USP). Como atriz atuou em Tio Vania e O Macaco Peludo (ambas com direção de Celso Frateschi), Farsas e Improviso de Molière (dir. Beth Lopes), Luzes da Bohemia (dir. William Pereira), Improviso para Clows e Guitarra (dir. Cristiane Paoli-Quito), Ifigenia em Aulis (dir. René Piazentin), Roma de Hospital (dir. Luis Damasceno), Baile de Debutantes (dir. Frederico Foroni), e Edipo Rei (dir. Teotônio Sobrinho). Como diretora realizou O Candidato (Harold Pinter), Hamlet-Machine (Heiner Mueller), Fuck you Baby e Cocoonings (ambas de Mário Bortolotto). Na TV, Natália atuou na novela O Direito de Nascer (SBT). No cinema, estreou no curta Ciranda, de Gabriela Ribeiro, e fez dois longas de Carlos Reichenbach: Garotas do ABC e Bens Confiscados. Em Bens Confiscados fez também a preparação do jovem protagonista Renan Augusto. A atriz diz que Carlão é "um diretor muito seguro, delicado e talentoso", e define sua personagem, a operária Paula Nelson, como "uma mulher forte, profundamente altruísta, líder entre as meninas tecelãs, que mantém relação de amizade, firmeza e carinho com suas colegas. Dedica a elas sentimento próximo do maternal. É tranqüila e resguardada".

LUCIELE DI CAMARGO (Goiânia/Goiás/25/10/1977) - Estudou na Escola de Teatro Célia Helena, na Faculdade de Artes Cênicas/Anhembi-Morumbi e no Curso de Especialização de Atores, com o diretor Wolf Maya. Atuou nas peças Cuidado, Garoto Apaixonado; Grogue e Beijos, Escolhas e Bolhas de Sabão. Na Globo, integrou (como Dirce) o elenco da novela Mulheres Apaixonadas. Integra o casting da agência Elite e participou de comerciais do Guaraná Antarctica, Nestlé e Sabesp. Sobre a tecelã Suzana, sua personagem em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, a atriz comenta: "ela é s imples e humilde, dedicada ao trabalho, tímida e até um pouco ingênua. É capaz de atos extremos, como machucar o próprio corpo, para chamar a atenção do homem que ama (e é seu patrão)".

VANESSA GOULART (São Paulo - SP/ 04/09/1975) - Atriz que integra um verdadeiro clã artístico, ela faz parte da quarta geração dos Bruno Goulart. Iniciou-se profissionalmente no teatro, na peça A Cegonha Boa de Bico (1985), que lhe valeu o Prêmio Apetesp de atriz revelação. Atuou, também, em Cais Oeste (1989), Namoro (1990), Auto da Compadecida (1992), Antes de Ir ao Baile (1994) e Sábado, Domingo e Segunda (2003). Sua estréia no cinema se deu em Olhos de Vampa (Walter Rogério/1996). Seguiram-se Dois Córregos (1999) e Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega , ambos de Carlos Reichenbach. Neste filme, Vanessa interpreta a personagem Marcinha Zarolha. "Este papel" - pondera a atriz - "foi mais um presente do Carlão. Tive a oportunidade de trabalhar com humor e me diverti muito. Espero que o público se divirta tanto quanto eu".

FERNANDA CARVALHO LEITE (Porto Alegre/ RS/ 20/03/1974) - Atriz e bailarina desde 1992. Está em cartaz em Porto Alegre com três peças: O Marido do Dr. Pompeu (Verissimo/ dir. Dilmar Messias), O Concílio do Amor (dir. Nestor Monastério) e Almas Gêmeas (Marta Medeiros/dir. Irene Brietske). No cinema participou dos longas Paixão de Jacobina (Fábio Barreto/2001), Festa de Margarete(Renato Falcão/2003), Garotas do ABC e Bens Confiscados, ambos de Carlos Reichenbach. Atuou nos curtas Vênus (Cássio Tolpolar/2001), Por um Fio(PUC-RS/2001) e no média Bola de Fogo (Martha Biavaschi/1997). Atuou na sérieContos de Inverno, em Aeroplanos (Alex Sernambi) e em Histórias Curtas (em O Caso no Ar, de Ivana Verle/ 2002), ambas na RBS. Apresentou a série Futura Profissão (Canal Futura/1997). Integrou as cias de dança Ânima e Edu ardo Sev erino. Atua, hoje, como coreógrafa e bailarina independente. Estudou no The Lee Strasberg Theatre Institute/Nova York (1998). A atriz situa Lucineide, sua personagem em Garotas do ABC: “ela faz parte do núcleo das operárias do ABC, adora dançar no Clube Democrático, tem um pezinho nas drogas e na prostituição. Apesar de meter-se em brigas freqüentes, é capaz de arriscar a vida pela amizade das garotas”.

MÁRCIA DE OLIVEIRA (São Paulo - 13/03/1978) - Márcia formou-se em Artes Cênicas na Universidade São Judas Tadeu. No teatro atuou em Onde Está o Nino ?, Castelo Rá-tim-bum II, Prâ Que e Porquê ? (direção de Mira Haar), O Rato no Muro, A Lenda dos Jovens Detentos (direção de Débora Dubois), entre outros. Atuou na novela Serras Azuis (direção de Nilton Travesso, para Band) e participou do programa Sandy & Junior (TV Globo). No cinema atuou em Xuxa Requebra (Tizuka Yamasaki/1999) e Bens confiscados (Carlos Reichenbach/2004). Em Garotas do ABC, interpreta Nelinha, menor de idade e afilhada da inspetora da fábrica. Uma ótima garota apesar de mal compreendida por suas colegas de trabalho, com exceção de Aurélia que sempre a apoiou. Tornam-se grandes amigas. "Carlão é excepcional e sua simplicidade é contagiante", diz a atriz. A Nelinha é uma marota, me diverti muito, a gente brincava que ela queria ser a Aurélia quando crescesse". "O racismo" - finaliza Márcia - "tema mascarado no Brasil, precisa ser mais debatido e denunciado. É bom fazer parte deste projeto, me sinto um pouco mais cidadã e um pouco mais negra".

VIVIANE PORTO (São Paulo/SP/02/01/1980) - Atriz e bailarina clássica, Viviane participou de festivais de dança e ginastradas. Aos 16 anos estreou no teatro, atuando na peça Bichos do Brasil (direção de Betto Andreta, Beto Lima e Hugo Passolo, no grupo Parlapatões). Seguiram-se Trilogia Oréstia (direção de Jussara Morais), O Rinoceronte , Um Bonde Chamado Desejo (direção de Mônica Grando: as duas peças??) e Sacundala de Calidasa (direção de Gabriel Castelani). Na TV, estreou na novela Louca Paixão (Record/1997). Depois fez Amor e Ódio (SBT/1999). Na Globo, seu primeiro trabalho se deu na minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003). Em seguida, foi escalada para o elenco da novela Chocolate com Pimenta (2004). Com Garotas do ABC faz sua estréia no longa-metragem, interpretando Indalércia. Viviane define Indalércia como " uma sorridente operária da tecelagem canadense, cheia de vida, que adora dançar e provocar ciúmes em Aurélia ".

LINA AGIFU (São Paulo - SP/07/03/1972)- Iniciou-se em teatro (em 1993) num dos cursos do CPT (Centro de Pesquisa Teatral), de Antunes Filho. Estudou no Indac (Instituto de Arte e Ciência, de São Paulo, que seguia a linha de pesquisa de Antunes Filho,1996). A estréia profissional se deu na peça Pedro, O Cru (direção de Georgete Fadel), vencedor do Prêmio Nascente/USP/1998. Participou, depois, de outras montagens teatrais e fez incursões nas áreas de direção, dramaturgia e dança contemporânea. O primeiro contato com o cinema se deu com Carlos Reichenbach, nas Oficinas Oswald de Andrade. Atuou no curta Puta Solidão, de Eduardo Aguilar, e em Dois Córregos. Sobre sua personagem, Kinuyo, Lina Agifu comenta: "o universo dela se apoia em dois pilares: a amizade com as meninas da fábrica e com a família, que vive em Suzano".

KELLY DI BERTOLLI (São Paulo-SP/06/08/1972) - Atriz formada em Artes Cênicas pela ECA-USP, Kelly se define como "uma típica paulistana da Zona Leste, da periferia mesmo". Depois de freqüentar vários cursos e oficinas, a atriz teve no dramaturgo Plínio Marcos (1935-1999) um grande mestre. "Trabalhei com ele no projeto A Vocação. Íamos a escolas e associações, ele fazia palestras e nós - duas atrizes que o acompanhavam - representávamos trechos de peças dele, como A Balada de um Palhaço ". Dois outros nomes são importantes na história da atriz: o diretor Augusto Boal e a coach e professora de teatro, Fátima Toledo. "Com Boal, fiz trabalho ligado ao Teatro do Oprimido, que culminou na montagem de A Exceção e a Regra, de Brecht". Com Fátima Toledo, "atuei na preparação dos atores do filme Tainá II ". Kelly conheceu Reichenbach na USP. "Eu estudava Artes Cênicas e freqüentava, como ouvinte, aulas de Cinema. Atuei em vários curtas de alunos dele. No teatro, Kelly trabalhou com o grupo A Fábrica. No monólogo Valsa No. 6, interpretou nove personagens. No final de sua graduação na ECA, preparou a pesquisa "A Partitura do Ator". Sobre Nair, sua personagem em Garotas do ABC, ela comenta: "ela é tecelã, tem sua máquina e, à noite, se prostitui. Esta foi uma realidade com a qual convivemos no ABC. Nair é brigona, quebra uma cadeira numa confusão no Clube Democrático ABC, mas defende as colegas operárias. É religiosa e, ao jeito dela, muito solidária".

ANA CECÍLIA COSTA (Jequié/Bahia - 07/01/1970) - Atriz formada pela Universidade Federal da Bahia, Ana Cecília iniciou-se no teatro profissional em Salvador. No começo dos anos 90 radicou-se no Rio e estreou em minissérie da TV Manchete (Ilha das Bruxas /1991). Seguiram-se as novelas Tocaia Grande (95/96) e Xica da Silva (96/97). Na Globo atuou na minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos. No SBT, fez as novelas Direito de Nascer, Pequena Travessa e Canavial de Paixões (2003/04); na Record, Vidas Cruzadas. Ana Cecília estuda cinema na Estácio de Sá e já dirigiu seu primeiro curta (O Casamento /2003). Ela está preparando (como co-produtora, roteirista e diretora), um média-metragem sobre a poeta Ana Cristina César. Em 2000/01, trabalhou como atriz e assistente de direção de dois longas-metragens, em Berlim/Alemanha. Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega é sua estréia no longa. "Meu personagem" - conta a atriz - " é Do Carmo, a chefe das operárias na Tecelagem Mazini. Ela não é estimada pelo grupo. Carlão me avisou que o personagem seria pequeno, mas marcante. Que eu não teria muitas falas e deveria dizer tudo com olhos".

MARIANA LOUREIRO (São Paulo-SP/15/07/1976) - Atriz formada em Artes Cênicas pela ECA-USP, Mariana trabalhou no Centro de Pesquisa Teatral, de Antunes Filho, e participou da montagem de Drácula e Outros Vampiros (1996/97). Em 2002, atuou em três espetáculos teatrais em companhia de Londres (Inglaterra). No cinema, estreou no longa Abril Despedaçado (Walter Salles/2002). Seguiram-se De Passagem (Ricardo Elias/2004) e 1,99 - No Império da Nebulosa (Marcelo Masagão/2004). Tem convite para protagonizar Carmo, longa-metragem de Murilo Pasta, diretor brasileiro radicado em Londres. Mariana atua em dois projetos teatrais da Secretaria Municipal de Cultura: Formação de Público para Teatro e Teatro Vocacional. Em Garotas do ABC, interpreta enfermeira que trabalha na Tecelagem Mazini.

A família de Aurélia

ANTÔNIO PITANGA (Salvador/BA-06-06-1939) - Um dos atores-fetiche de Glauber Rocha, Antônio Luiz Sampaio foi rebatizado Antônio Pitanga por causa do sucesso de seu primeiro trabalho cinematográfico: Bahia de Todos os Santos (Trigueirinho Neto/1960). Até ser descoberto pela equipe do filme, vivia do ofício de carteiro. Entusiasmado com o sucesso no cinema, o jovem ator foi estudar Arte Dramática na Escola de Teatro da UFBa (Universidade Federal da Bahia). Depois do filme de Trigueirinho, Pitanga atuou em produção estrangeira (A Estrada do Amor, de Wolfgang Schleif) e fez seu primeiro trabalho com Glauber (Barravento, 1961). Começava ali amizade, que marcaria profundamente a carreira dos dois baianos. Quem assistir ao filme Câncer (Glauber/1968/72), verá o quanto o cineasta admirava seu ator. Ainda com Glauber, Pitanga faria breve aparição em Terra em Transe (1967), atuaria em Di (1977, curta premiado em Cannes), apareceria no documentário Jorjamado no Cinema (1977) e seria o Cristo negro de A Idade da Terra (1979). O ator foi um dos nomes mais requisitados pelos diretores do Cinema Novo. Em mais de 40 anos de carreira, atuou em meia centena de filmes e dirigiu um (Na Boca da Noite, 1978, que protagonizou ao lado de Norma Bengell). Entre os títulos importantes em que atuou, fora da esfera cinemanovista, vale destacar O Pagador de Promessas (Anselmo Duarte/1962), Compasso de Espera (Antunes Filho/1973), Jardim de Guerra (Neville D'Almeida/1972), A Mulher de Todos (Rogério Sganzerla/1969) e Ladrões de Cinema (Coni Campos/1977). Na fase da Retomada, Pitanga atuou em vários filmes. Neste momento ele interpreta o chefe do Corpo de Bombeiros na novela Celebridade e atua na peça Capitães da Areia. Em Garotas do ABC, ele interpreta Aurélio, pai da protagonista, e tem a alegria de nuclear família composta com Rocco Pitanga, Neide de Deus e Ângela Corrêa. Vale lembrar que Pitanga pediu ao dramaturgo Sílvio de Abreu que criasse - numa novela - uma família negra composta com pai, mãe e filhos.

ROCCO PITANGA (Rio/RJ - 18/07/1980) - Filho do ator Antônio Pitanga e da atriz-e-bailarina Vera Manhães (da novela Bandeira Dois e do filme A Moreninha) e irmão da atriz Camila Pitanga, Rocco estreou no cinema em Seja o Que Deus Quiser! (Murilo Salles/2003), no papel do cantor carioca PQD. O cinema, aliás, está na origem de seu nome, já que o pai, ao registrá-lo, homenageou o filme Rocco e Seus Irmãos (Visconti/1960). Na TV, começou como apresentador do Globo Ciência. Depois, em Malhação, representou um professor de volei. Atuou na novela Desejos de Mulher (Globo/2003) e atualmente integra o elenco de Da Cor do Pecado (Globo, 19h00). Em Garotas do ABC, interpreta Adilson, filho de Aurélio e Dona Avelina, que tem uma queda pela tia, Tereza.

ÂNGELA CORRÊA (São Paulo/SP) - Atriz brasileira radicada em Buenos Aires, Ângela foi modelo de Yves Saint-Laurent e Paco Rabane, nos tempos em que viveu em Paris (1974 a 1979). Além de desfilar, ela atuava no teatro musical, como bailarina e corista. Ao regressar ao Brasil, Ângela atuou em humorísticos da Rede Globo (Planeta dos Homens e Viva o Gordo). Sonhava ser cantora, por influência da mãe, dona de voz privilegiada. Até que desistiu e resolveu aprofundar-se na carreira de atriz. Atuou em Pacto de Sangue (Rede Globo/89) e estourou na Manchete, como protagonista da minissérie Escrava Anastácia (1990). Em seguida, participou de Mãe de Santo (ainda em 90) e Filhos do Sol (91). Com Walter Avancini fez Abolição. Em 92, atuou em El Viaje, filme do argentino Fernando Solanas. Durante a filmagem, apaixonaram-se. Casaram-se e Ângela foi viver em Buenos Aires. Lá, montou o monólogo - Estrela Negra, escrito pela uruguaia Adriana Genta. Com Solanas, atuou no longa-metragem A Nuvem, que lhe valeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Biarritz. Ângela tem feito novelas no Brasil (caso das recentes Vidas Cruzadas, na Record, e Amor e Ódio, no SBT). Em Carandiru, interpretou Dona Graça, esposa de Nego Preto (Ivan de Almeida). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega ela é Tereza, tia de Aurélia e Adilson, com quem mantém relação muito especial.

NEIDE DE DEUS (Ibiá-MG/05/11/1958) - A mineira Neide chegou a São Paulo em 1981. Nos anos 90, disposta a seguir carreira artística, fez curso de dublagem com José Parisi e estudou interpretação na Escola Macunaíma. Participou da dublagem do filme Sonhando Acordado e, no teatro, atuou em O Lobo, os Três Porquinhos, o Gênio e a Lâmpada (2001). Na TV, fez participação em A Turma do Gueto (Record). Em Garotas do ABC, sua estréia no cinema, interpreta Dona Avelina, mulher de Aurélio e mãe de Aurélia e Adilson.

Os maus e os bons

FERNANDO PAVÃO (São Paulo/SP - 12/01/1971) - Fernando iniciou-se na carreira artística aos 22 anos, na companhia Os Menestréis, de Oswaldo Montenegro. Estudou na Escola de Teatro Célia Helena, fez novela na Band (Meu Pé de Laranja Lima), na Globo (Malhação, temporada de outubro/99 a abril/2002, no papel do Prof. Guto, treinador do time de pólo aquático) e está no elenco de Metamorphose, nova novela da Rede Record, (direção de Tizuka Yamasaki). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, Fernando interpreta Fábio, namorado de Aurélia e integrante do grupo neofacista de Salesiano. O ator define Fábio como um grande personagem, pois "ele é denso, cheio de conflitos". E conta que Carlão permitiu, no processo de preparação dos personagens, que "nós, os atores, improvisássemos muito no ensaio. O que resultou em experiência enriquecedora para todos nós".

SELTON MELLO (Passos/MG/30/12/1972) - O mineiro Selton tinha dois anos quando mudou-se com a família para São Paulo. O desejo de ser ator o levou, aos nove anos, à Rede Bandeirantes (estreou na novela Dona Santa /1981). Na Globo, atuou nas novelas Corpo a Corpo (84), Pedra Sobre Pedra (92), A Indomada (97), na microssérie A Invenção do Brasil (2000), na minissérie Os Maias, (2002) e na série Os Normais (2003). No teatro, atuou em Esperando Godot (direção de José Celso Martinez Corrêa), produziu e atuou em O Zelador (dir. de Michel Bercovitch) e produziu, atuou e dirigiu Zastrozzi. Sua estréia no cinema se deu em 1990, no filme Uma Escola Atrapalhada, produção de Renato Aragão. Seguiram-se Lamarca (94), Guerra de Canudos e O Que É Isso, Companheiro? (ambos de 96), Auto da Compadecida (2000, no qual interpretou Chicó), Lavoura Arcaica (2001, que lhe rendeu os prêmios de melhor ator nos festivais de Brasília, Havana, Lleida/Espanha e Lima/Perú), Caramuru - A Invenção do Brasil (2002), Lisbela e o Prisioneiro (2003), Nina (Heitor Dhalia/2004) e Árido Movie (Lírio Ferreira/2004). Em Garotas do ABC, Selton interpreta um jovem advogado, Salesiano de Carvalho, herdeiro de uma grande pedreira, que lidera grupo neofacista e lê Nietzsche. Para definir seu personagem, o ator lança mão de aposto usado por Carlão: ele é um "Mussolini dos Trópicos". Vale lembrar que, em Garotas do ABC, Selton Mello é também co-produtor. E que ele tem projetos de produzir ou co-produzir - como vem fazendo no teatro - novos filmes.

DIONISIO NETO (São Luiz/Maranhão/29/12/1971) - Ator, dramaturgo e diretor, o maranhense Dionísio Neto causou furor no teatro paulista, ao longo dos anos 90. Sua formação teatral deu-se no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), dirigido por Antunes Filho. Passou três anos no conceituado grupo, depois trabalhou em peças de José Celso Martinez Correia, Gerald Thomas e Bia Lessa. No cinema, iniciou-se em filmes de Carlos Reichenbach. Escreveu e atuou em oito peças de teatro, sendo Perpétua, a mais conhecida. Em Carandiru interpretou o "enfermeiro" Lula, um detento viciado em crack. Atuou no longa Contra Todos, de Roberto Moreira (como Lindovaldo). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, interpreta o líder sindical André Luiz Oliveira. Dionísio define seu personagem como "um trabalhador comum, culto, engajado e galanteador".

MILHEM CORTAZ (São Paulo/06/12/1972) - Ator paulistano de origem árabe-italiana. Estudou no Teatro Piccolo de Milão (1986), passou pelo CPT (Centro de Pesquisa Teatral) de Antunes Filho e atuou em várias montagens dirigidas por Ulisses Cruz. No teatro, conquistou os prêmio APCA, Aptesp e Shell. Foi ator em oito curtas e nos longas Através da Janela (Tata Amaral, 2000), Domésticas (Meirelles & Olival/2000), Carandiru (Hector Babenco/2003), Cabra Cega (Toni Venturi/2004) e Nina (Heitor Dhalia/2004). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega interpreta Alemão, que vive agregado ao grupo neofascista de Salesiano. Milhem lembra que para seu personagem, "cicatriz é prêmio".

FÁBIO FERREIRA DIAS (Santos/SP/27/03/1965) - Ator de teatro, com atuação nas peças Os Luzíadas, Zumbi e Retiro dos Sonhos. Na TV, atuou na novela Roda de Fogo (Record/1998/99) e na minissérie O Desafio de Elias. No cinema participou de alguns curtas e dos longas Nina (Heitor Dhalia/2004) e Garotas do ABC. Neste filme, sob direção de Carlos Reichenbach, interpreta Ruggero. "Meu personagem" - conta o ator - "é um motoqueiro apaixonado por uma mulher mais velha (Sofia /Vera Mancini), e participa da gangue de Salesiano. Uma gangue de orientação de extrema-direita, embora ele não tenha muita noção desta orientação. Sua violência e truculência são meio infantis (não na intensidade, mas na forma em que se manifestam). Ele é meio pateta".

EDUARDO SOFIATI (Blumenau- SC -15/04/1968) - O ator iniciou-se no teatro, em Santa Catarina. Participou de diversas montagens apresentadas em vários festivais catarinenses. Em 1996, radicou-se em São Paulo e formou-se no Studio Fátima Toledo. Na televisão, fez comerciais. No cinema, depois de atuar em dois curtas-metragem, realizou sua estréia (no longa-metragem) interpretando Nicanor, em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega. Para Eduardo Sofiati, seu personagem, Nicanor, que integra a gangue do neofascista Salesiano é "daquelas pessoas que sempre tentam provar algo para alguém, deixando de se ver, deixando de se perceber. Este trabalho, para mim, foi um presente, aprendi muito com ele".

PAULO BORDHIN (São Luiz Gonzaga-RS/04/06/1960) - O gaúcho Bordhin formou-se em Jornalismo, em Porto Alegre. Mudou-se para Florianópolis, onde trabalhou na RBS (Rede Brasil Sul). Em 1988, abandonou o jornalismo para dedicar-se à carreira artística. "Fui batizado em um teste-ritual para As Bacantes, sob chuva, no Teatro Oficina, ainda sem teto". Estudou na Escola Macunaíma e conheceu Fátima Toledo. "Com ela" - relembra - "participei de processo de montagem de O Sonho, de Strindberg, que durou oito meses e foi uma grande escola". Trabalhou em 15 espetáculos, musicais e comédias, entre eles, Omstrab, Acordes Celestinos e Verás que é Tudo Mentira. Seu tipo engraçado já lhe rendeu cerca de 150 filmes publicitários, vários como sósia do Woody Allen. Na TV, fez o Telecurso 2000 (Globo) e as novelas O Direito de Nascer e Pícara Sonhadora (SBT). Atualmente, Bordhin, está nos elencos de Othello (no Galpão do Folias), O Burguês Fidalgo (apresentações em praças públicas) e no show The Beatles Songs, no Teatro Folha. Em Garotas do ABC, sua estréia no cinema, interpreta Fineza, dono de uma casa de bilhar decadente. Nela se reúnem os neofascistas comandados por Salesiano de Carvalho. Como sub-texto para compor Fineza, diz o ator, "tentei personificar o estado de acuamento e passividade do cidadão de hoje diante da violência de mentes-dementes, inaptas ao convívio com a diversidade humana. Levado ao limite, ele reage e interfere para o desfecho da história".

ALESSANDRO AZEVEDO (Puxinanã/PB/23/07/1968) - O ator paraibano, radicado em São Paulo desde 1991. Iniciou carreira no teatro em Campina Grande. Em 91, tomou o rumo de São Paulo, para fazer cursos no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), de Antunes Filho. Depois, criou o Palhaço Melão e fez espetáculos de rua. Em 96, criou outro palhaço, o Charles, que animava Saraus em espaços abertos. Em 2000, os Saraus do Charles ganharam maior freqüência. Alessandro fundou, com parceiros, o Raso da Catarina (espaço teatral localizado na Vila Madalena). Como não poderia deixar de ser, a primeira peça montada no novo espaço foi Lampião Vai ao Inferno Buscar Maria Bonita. Com base em entrevista concedida por Virgulino Ferreira, em 1926, a um jornal, Alessandro e Dani Carmona criaram a peça O Amanhecer de Lampião, para dois personagens (Lampião e Maria Bonita) e um sanfoneiro. O primeiro contato do ator com o cinema se deu na minissérie O Cangaceiro, de Aníbal Massaíni (ainda inédita). Depois, atuou em Sonhos Tropicais, de André Sturm; Narradores de Javé, de Eliane Caffé e Contra Todos, de Roberto Moreira. Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega interpreta Maleita, um "justiceiro de periferia".

MARCELO BORTOTTO (São Paulo-SP/17/03/1969) - Formado em Jornalismo, Marcelo dedicou-se, durante 13 anos (1987-2000) à rádio pirata Paranóia. Em 1998, trocou o jornalismo pela carreira artística. Já participou de quase 30 comerciais, escreveu o roteiro e atuou no curta Os Últimos Dias de Papai Noel (Eduardo Aguilar/2003) e fez sua estréia no longa-metragem em Garotas do ABC. "Faço eu mesmo" - brinca - "aparecendo em duas seqüências. Numa, participo de um baile do Clube Democrático ABC e na outra faço um tarado que ataca uma das tecelãs, amiga de Aurélia, num ponto de ônibus". Em Bens Confiscados, Marcelo interpreta o proxeneta Timóteo.

Os adultos

ÊNIO GONÇALVES (Porto Alegre/RS) - Ator de teatro, cinema e TV, o gaúcho Ênio Gonçalves chegou ao Rio em meados dos anos 60, recém-formado em Arte Dramática, pela UFRGS. Estreou no teatro em Toda Nudez Será Castigada, sob direção de Ziembinski. O cineasta argentino-brasileiro Carlos Hugo Christensen o viu no palco e o convidou para interpretar o engenheiro José Roberto, em O Menino e o Vento (1966). Em 40 anos de carreira, Ênio atuou em 33 longas-metragens, 12 novelas (estreou em Simplesmente Maria, na Tupi, e na Globo fez Pedra Sobre Pedra) e 40 peças teatrais (como ator, diretor ou autor). Nos filmes Instinto Devasso (82), de Luiz Castellini e Doce Delírio (82), de Manoel Paiva, intensificou a sua amizade com o diretor de fotografia Carlos Reichenbach, que já o enxergava como o seu futuro Fausto, de Filme Demência. Além de O Menino e o Vento, Ênio destaca os filmes Brasil Ano 2000 (Walter Lima Jr/68), O Olho Mágico do Amor (Garcia & Martins/81), Filme Demência (85), Anjos do Arrabalde (86), ambos de Carlos Reichenbach; e várias comédias eróticas dirigidas por Fauzi Mansur. Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, Ênio Gonçalves interpreta o jornalista Nelson Torres. Seu trabalho lhe rendeu o Troféu Candango (melhor ator coadjuvante) no Fest Brasília/2003. Para Ênio, foi "um prazer" interpretar "um personagem que nada tem de neurótico ou deprimido". Em comum acordo com Reichenbach, Ênio fez de Nelson Torres "um cara maduro, de cabelos brancos, muito simpático e capaz de enfrentar a vida com muita doçura". O ator recebeu dois prêmios no RioCine Festival (como protagonistas do longa Filme Demência e do curta Com o Andar de Robert Taylor).

ADRIANO STUART (Quatá/SP/19/02/1944) - Ator formado no circo, Adriano estreou na TV Tupi aos sete anos. Dirigiu programas e filmes dos Trapalhões, além de sátiras (como Bacalhau/1975) e comédias eróticas. Estreou no cinema em O Sobrado (Walter George Durst/1955). Com Mazzaropi, fez Meu Japão Brasileiro (G. Mirko Laurelli/1964). Depois de atuar como assistente de direção, roteirista e diretor de uma dezena de filmes, passou a ser requisitado como ator por Ugo Giorgetti (Festa, que lhe rendeu o Kikito em Gramado, Sábado, Boleiros e O Príncipe), Beto Brant (Os Matadores) e Carlos Reichenbach (Garotas do ABC, em que interpreta o delegado Oswaldo Sampaio). O ator diz que seu personagem é "um delegado revoltado com sua condição, pois todos os crimes acontecem em sua área. Ele não tem sossego". E que adorou interpretá-lo.

VERA MANCINI (São Paulo/SP) - Atriz de teatro, cinema e TV, Vera Mancini já ganhou os prêmio Mambembe, APCA e Apetesp. Foi indicada aos prêmios Moliére e Shell. Fez novelas na Globo (O Amor Está no Ar) e no SBT (Amor e Ódio, Jamais te Esquecerei). Atuou na série Retrato Falado, com Denise Fraga. No teatro, participou de vinte montagens, sob direção de Gabriel Vilella, Bibi Ferreira, Antônio Abujamra, Eduardo Tolentino, entre outros. Sua estréia no cinema se deu em Bellini e a Esfinge (Roberto Santucci /2002). Depois, participou de Carandiru (Hector Babenco/2003). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, seu terceiro longa, Vera interpreta Sofia, uma alcóolatra atrevida e franca. Em todas as projeções já realizadas do filme, Sofia demonstrou ser o personagem de maior empatia com o público graças ao carisma de Vera. Por seu desempenho, ganhou o Troféu Candango de melhor atriz coadjuvante no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro/2003.

FAFÁ DE BELÉM (Belém/PA/10/08/1956)-Fafá estreou como cantora em 1973, num show no Iate Clube de Belém. Em 1975, estourou na parada de sucesso com Filho da Bahia (Walter Queiroz), parte da trilha sonora da novela Gabriela. Em 76, lançou o primeiro elepê - Tamba Tajá, que fez enorme sucesso. Seguiram-se 20 discos, entre eles Águia, Atrevida (este vendeu meio milhão de cópias), Meu Fado (que ganhou disco de platina na semana do lançamento em Portugal), Cantiga para Ninar meu Namorado, Fafá ao Vivo, Pássaro Sonhador. Em Garotas do ABC, Fafá interpreta Solange, diretora do Clube Democrático.

 

ZÉ RICARDO (Rio de Janeiro - RJ/12/05/1970) - Cantor, compositor, arranjador e produtor musical, o carioca Zé Ricardo tem dois discos lançados e já emplacou músicas nas trilhas das novelas Zazá e As Filhas da Mãe (ambas na Rede Globo). Atualmente, tem sua música Beijo do Olhar tocando nas rádios do Rio, é o curador e diretor musical do Vivo Open Air, evento que mistura música e cinema e está prepando o lançamento do seu DVD ao vivo que conta com a participação de nomes com Sandra de Sá, Toni Garrido e Djavan. Teve seu primeiro flerte com o cinema quando compôs a trilha do curta metragem Posta Restante, de Janaína Diniz (texto de Moacyr Scliar, roteirizado por Ruy Guerra). Depois de conhecer a produtora Sara Silveira, e por indicação do cineasta José Antônio Garcia à Reichenbach, mergulhou de cabeça no filme Garotas do ABC, compondo três músicas para a trilha, participando como ator e cantando (em dueto com Fáfa de Belém) a música Olhos Coloridos.

OUTROS PERSONAGENS

NILL MARCONDES (Foz do Iguaçu/PR/06/03/1972) - O paranaense Nill mudou-se para Goiânia aos dois anos de idade. Lá, preparou-se na Escola de Teatro Martin Cererê. Deixou Goiás aos 19 anos. Depois de participar de vários comerciais, foi convocado para a remontagem de Hair, dirigida por Jorge Fernando. Com Walter Avancini fez as novelas Xica da Silva e Mandacaru. Na Globo, fez Força de Um Desejo, de Gilberto Braga. Na Record, Vidas Cruzadas. Atuou na série Aprender a Empreender (TV Sebrae), dirigida por João Camargo, e na série República (Odorico Mendes). No cinema, foi Ezequiel em O Homem do Ano (José Henrique Fonseca/2003), e Pimenta, em Carandiru (Babenco/2003). Carlos Reichenbach o convidou para interpretar Osório, um verdadeiro pé de valsa, que baila no Clube Democrático ABC com sua namorada Indarlécia. Em Bens Confiscados, do mesmo Reichenbach, interpreta o policial Giba. Bruno Barreto o convocou para interpretar um corinthiano em O Amor de Romeu e Julieta (Bruno Barreto).

WILSON CARDOZO (Porto Alegre/RS/08/11/1969) - O gaúcho Wilson iniciou-se na carreira artística como cantor e ator autodidata, no Rio Grande do Sul. Aos 20 anos, radicou-se em São Paulo e procurou escolas para se aperfeiçoar em teatro, cinema e TV. Integrou o elenco de diversas peças (como Othelo, de Shakespeare; Querelle, de Jean Genet; O Amor Médico, de Molière). Participou do projeto de Revitalização do Centro da Cidade de São Paulo, levando espetáculos teatrais a espaços cênicos da região. Na TV, participou da série Mulher, das novelas Malhação e Mulheres Apaixonadas (interpretou o motorista Jeremias). Fez dois curtas (um, inglês: Deliverous, de Marcos Frutig, e o outro brasileiro, Ataque, de Nereu Cerdeira). Interpretou um policial no longa Seja o Que Deus Quiser!, de Murilo Salles. Em Garotas do ABC, Wilson Cardozo interpreta Nestor. Ele define o personagem: "jovem, negro, bem sucedido e apaixonado por Aurélia, Nestor encanta a família da moça mas não obtém o mesmo sucesso com ela". Desde o início "sabia que era um papel pequeno, mas o trabalho de integração com o elenco aplicado em todo o processo foi singular. A começar por isso, qualquer personagem cresce".

MII SAKI (Tóquio/Japão/28/03/1956) - Atriz e bailarina nipo-brasileira, Mii Saki figura em verbete da Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Editora Senac/1997) com seu primeiro nome artístico (Misaki Tanaka) e extensa folha de serviços prestados ao cinema brasileiro. Ela era bailarina da TV Record, quando Ody Fraga a convidou a participar, com Vera Fischer, do elenco de Macho e Fêmea (1973). Seguiram-se muitos filmes e trabalhos com Walter Hugo Khouri (Paixão e Sombra, O Prisioneiro do Sexo), Carlos Reichenbach (o longa "Império do Desejo" e o curta "Sonhos de Vida"), Antônio Calmon ("O Bom Marido") e Jean Garret (A Força do Sentido e O Fotógrafo). Atuou, também, em Gaijin, Caminhos da Liberdade (Tizuka Yamasaki/1980), no infantil E a Vaca Foi Pro Brejo (José Adalto Cardoso/81), Fogo e Paixão (Weinfeld & Kogan/87); Sua Excelência, o Candidato (Ricardo Silva Pinto/92). Foi produtora, apresentadora e diretora da rádio e TV Cultura. Faz como apresentadora e/ou atriz série de programas para a NHK japonesa. É musicista, jornalista, radialista, publicitária e autora de livros infantis (Os Bichos da Praia). Em Garotas do ABC, Mii interpreta Dona Mariko, mãe da tecelã Kinuyo (Lina Agifu).

CLEIDE QUEIROZ (Santos-SP) - Atriz amadora desde 1954, em sua cidade natal, Cleide transferiu-se para São Paulo, em 1969. Atuou, já profissionalmente, na companhia de Paulo Autran, e seguiu carreira no teatro como atriz, bailarina e cantora. No cinema, fez Pixote (Babenco/1980), Sete Dias de Agonia (1982) e O Baiano Fantasma (1984), ambos de Denoy de Oliveira; A Hora da Estrela (Suzana Amaral/1985), foi Zefa, em Domésticas (Meirelles & Olival/2000), a mãe de um detento em Carandiru (Babenco/2003) e trabalhou em equipes técnicas de filmes de Carlos Reichenbach. Na TV Cultura participou de Castelo Rá-Tim-Bum e do programa Revistinha. No teatro, os melhores papéis lhe foram oferecidos pelo diretor Gabriel Vilela (protagonizou, como Joana, o musical Gota d´Água). Em Garotas do ABC, interpreta Dona Mariana, mãe de Fábio, o namorado de Aurélia, que participa do grupo neofascista liderado por Salesiano.

JOSÉ PAULO ROSA (Porto Alegre/RS/29/12/1955) - O gaúcho José Paulo ganhou prêmio de ator revelação em Porto Alegre, com a montagem de Cordélia Brasil. Em 1976, radicou-se em São Paulo, e dedicou-se ao teatro, atuando em 25 peças e dirigindo 19. Pesquisa Literatura Brasileira e já adaptou e dirigiu oito obras para o teatro (atualmente mantém seis espetáculos em repertório no projeto Panorama Literário Brasileiro). Fez 36 cursos na área de Artes (entre eles, aulas na Welsh Collegw of Music&Dram, na Grã-Betanha; Simpósio Internacional com Jerzy Grotowski e Thomas Richards e oficina de teatro com o grupo suíço Sunil Ensemble). Atuou em 18 campanhas comerciais e participou de dois longas de Walter Salles: A Grande Arte (1990) e Terra Estrangeira (95). José Paulo atuou nos curtas Negros de Ouro em Ouro Preto, de Daniel Cherniawsky, e Um Sonho, Uma Ilusão, do argentino-brasileiro Maurício Berú. Em Garotas do ABC, interpreta o nordestino Damasceno, apelidado de Sergipe. "Meu personagem é desafiado para um jogo de bilhar com a gangue de Salesiano e ganha, fato que gera conflito entre eles".

KAZUO MATSUI (São Paulo - SP/27/03/1970) - Ator e modelo de origem nipônica, com formação teatral. Atuou em campanhas publicitárias de destaque entre a colônia japonesa, como Banco do Brasil, Volkswagem, Telefonica, Schinkariol e Embratel. Estreou no cinema em Até que Vida nos Separe (José Zaragoza/1998) e, depois, fez Bossa Nova (Bruno Barreto/2000), no qual interpretou um chinês, namorado da personagem de Débora Bloch. Na TV, participou da minissérie Aquarela do Brasil. Em Garotas do ABC, interpreta Eizo, filho de imigrantes japoneses, radicados no município de Suzano, interior paulista. "Tenho a responsabilidade" - diz ele - " de trazer ao filme mensagem poética e final feliz". Por isso, "fiquei muito satisfeito em participar deste grande projeto, que mostra um pouco mais das múltiplas faces brasileiras. Nosso núcleo de personagens revela a face oculta de famílias humildes, que convivem próximo à violência urbana, mas que trazem fascinante toque poético".

HIDEO SATO (São Paulo/SP/01/03/1936) - Ator de comerciais, com várias figurações em filmes e passagem pelo teatro (na ópera Madame Butterfly). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, ele interpreta o Vovô Sugawa. "Foi muito divertido trabalhar neste filme", conta, bem-humorado. "Nós filmamos em Suzano e a Lina Agifu, com quem trabalhei em Madame Butterfly, fez o papel da minha neta).