MICHELLE VALLE (Rio-RJ/14/04/1982) - Modelo desde os 14 anos,
Michelle realizou o sonho de ser atriz quando foi escolhida para protagonizar Garotas
do ABC - Aurélia Schwarzenega. "Foi uma loucura maravilhosa do Carlão",
diz ela, que sempre sonhou ser atriz. "Ele foi muito corajoso em entregar um
papel de tanta responsabilidade a uma iniciante como eu". Para corresponder
ao voto de confiança do cineasta, Michelle diz que deu tudo de si e apaixonou-se
pela personagem. " Foi meu primeiro trabalho como atriz, nunca vou me esquecer
de Aurélia ". Numa das mais comentadas seqüências
do filme, Aurélia faz uma espécie de strip-tease ao
contrário. Ou seja, aparece nua, no quarto, se vestindo para sair. "Como
sou tímida" - conta Michelle - " tive muita dificuldade" neste e em
alguns momentos mais calientes. "Mas Carlão" - confessa - "foi de imensa
doçura e paciência comigo". Por isto, "tudo saiu bem". Michelle
conta que gosta de "dançar, é trabalhadeira como Aurélia
e faz questão de ajudar a família". Admite, portanto, que tem "pontos
em comum" com sua personagem. "Só não sou tão solta quanto
ela nas coisas relativas ao sexo". Depois de filmar Garotas do ABC,
Michelle fez participação especial na novela Celebridade (interpretou
a modelo Tereza, namorada do fotógrafo Bruno). Na trama de
Gilberto Braga, ela se deixava fotografar numa praia, aos beijos com outro
personagem, em busca de fama. A atriz protagonizou, no Mato Grosso, o curta Comprometendo
a Atuação, de Bruno Bini. Seu parceiro no projeto foi o
ator Jonathan Haagensen, de Cidade de Deus. Michelle vai, agora,
matricular-se num curso de Artes Cênicas, pois quer desenvolver todos
seus potenciais como atriz.
VANESSA ALVES (São Paulo/SP - 4 de setembro) - A
atriz paulistana iniciou sua carreira na TV Record, no programa infantil Essa
Gente Inocente (1975). Foi descoberta para o cinema pelo produtor Antonio
Polo Galante e protagonizou o filme A Filha de Emanuelle (1980),
de Oswaldo de Oliveira, ainda sob o codinome de Linda Vanessa. Seu segundo
longa metragem como protagonista foi O Paraíso Proibido /1981,
ao lado de Jonas Bloch, primeiro de uma série de filmes que viria a
trabalhar com Carlos Reichenbach. Com o diretor, embora em papéis menores,
atuou nos filmes Extremos do Prazer (83) e Filme Demência (85).
No ano seguinte, foi uma das quatro protagonistas de Anjos do Arrabalde (melhor
filme no Festival de Gramado/87), interpretando a jovem manicure que é estuprada
na periferia paulistana. Por seu trabalho visceral, Vanessa ganhou o Kikito
de melhor atriz coadjuvante e o Prêmio Governador do Estado de
São Paulo/1988, de melhor atriz. No teatro, integrou os elencos de A
Feira do Adultério e Oh! Calcutta! (86), Rapunzel (89), Trair
e Coçar é Só Começar (94), Laços
Eternos (95) e Sete Vidas (96). Na TV, fez Lua de
Cetim (Cultura/86), Senti Firmeza (Band), Irmã Catarina (Gazeta/84)
e Antonio Alves, Taxista (SBT/86). Em Garotas do ABC, seu
quinto trabalho com Carlos Reichenbach, ela interpreta a operária Antuérpia,
que define como "uma mulher forte, sensível, simples e batalhadora".
NATÁLIA LORDA (La Plata - Argentina -26/08/74). Natália
está concluindo curso de Artes Cênicas, com especialização
em Teatro, na Escola de Arte Dramática (USP). Como atriz atuou em Tio
Vania e O Macaco Peludo (ambas com direção de
Celso Frateschi), Farsas e Improviso de Molière (dir. Beth
Lopes), Luzes da Bohemia (dir. William Pereira), Improviso para
Clows e Guitarra (dir. Cristiane Paoli-Quito), Ifigenia em Aulis (dir.
René Piazentin), Roma de Hospital (dir. Luis Damasceno), Baile
de Debutantes (dir. Frederico Foroni), e Edipo Rei (dir. Teotônio
Sobrinho). Como diretora realizou O Candidato (Harold Pinter), Hamlet-Machine (Heiner
Mueller), Fuck you Baby e Cocoonings (ambas de Mário Bortolotto).
Na TV, Natália atuou na novela O Direito de Nascer (SBT).
No cinema, estreou no curta Ciranda, de Gabriela Ribeiro, e fez dois
longas de Carlos Reichenbach: Garotas do ABC e Bens Confiscados.
Em Bens Confiscados fez também a preparação
do jovem protagonista Renan Augusto. A atriz diz que Carlão é "um
diretor muito seguro, delicado e talentoso", e define sua personagem,
a operária Paula Nelson, como "uma mulher forte, profundamente
altruísta, líder entre as meninas tecelãs, que mantém
relação de amizade, firmeza e carinho com suas colegas. Dedica
a elas sentimento próximo do maternal. É tranqüila e resguardada".
LUCIELE DI CAMARGO (Goiânia/Goiás/25/10/1977) - Estudou na Escola
de Teatro Célia Helena, na Faculdade de Artes Cênicas/Anhembi-Morumbi
e no Curso de Especialização de Atores, com o diretor Wolf Maya.
Atuou nas peças Cuidado, Garoto Apaixonado; Grogue e Beijos, Escolhas
e Bolhas de Sabão. Na Globo, integrou (como Dirce) o elenco da novela
Mulheres Apaixonadas. Integra o casting da agência Elite e participou
de comerciais do Guaraná Antarctica, Nestlé e Sabesp. Sobre a
tecelã Suzana, sua personagem em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega,
a atriz comenta: "ela é s imples e humilde, dedicada ao trabalho,
tímida e até um pouco ingênua. É capaz de atos extremos,
como machucar o próprio corpo, para chamar a atenção do
homem que ama (e é seu patrão)".
VANESSA GOULART (São Paulo - SP/ 04/09/1975) - Atriz que integra um
verdadeiro clã artístico, ela faz parte da quarta geração
dos Bruno Goulart. Iniciou-se profissionalmente no teatro, na peça A
Cegonha Boa de Bico (1985), que lhe valeu o Prêmio Apetesp de atriz revelação.
Atuou, também, em Cais Oeste (1989), Namoro (1990), Auto da Compadecida
(1992), Antes de Ir ao Baile (1994) e Sábado, Domingo e Segunda (2003).
Sua estréia no cinema se deu em Olhos de Vampa (Walter Rogério/1996).
Seguiram-se Dois Córregos (1999) e Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega
, ambos de Carlos Reichenbach. Neste filme, Vanessa interpreta a personagem
Marcinha Zarolha. "Este papel" - pondera a atriz - "foi mais
um presente do Carlão. Tive a oportunidade de trabalhar com humor e
me diverti muito. Espero que o público se divirta tanto quanto eu".
FERNANDA CARVALHO LEITE (Porto Alegre/ RS/ 20/03/1974) - Atriz e bailarina
desde 1992. Está em cartaz em Porto Alegre com três peças:
O Marido do Dr. Pompeu (Verissimo/ dir. Dilmar Messias), O Concílio
do Amor (dir. Nestor Monastério) e Almas Gêmeas (Marta Medeiros/dir.
Irene Brietske). No cinema participou dos longas Paixão de Jacobina
(Fábio Barreto/2001), Festa de Margarete(Renato Falcão/2003),
Garotas do ABC e Bens Confiscados, ambos de Carlos Reichenbach. Atuou nos curtas
Vênus (Cássio Tolpolar/2001), Por um Fio(PUC-RS/2001) e no média
Bola de Fogo (Martha Biavaschi/1997). Atuou na sérieContos de Inverno,
em Aeroplanos (Alex Sernambi) e em Histórias Curtas (em O Caso no Ar,
de Ivana Verle/ 2002), ambas na RBS. Apresentou a série Futura Profissão
(Canal Futura/1997). Integrou as cias de dança Ânima e Edu ardo
Sev erino. Atua, hoje, como coreógrafa e bailarina independente. Estudou
no The Lee Strasberg Theatre Institute/Nova York (1998). A atriz situa Lucineide,
sua personagem em Garotas do ABC: “ela faz parte do núcleo das
operárias do ABC, adora dançar no Clube Democrático, tem
um pezinho nas drogas e na prostituição. Apesar de meter-se em
brigas freqüentes, é capaz de arriscar a vida pela amizade das
garotas”.
MÁRCIA DE OLIVEIRA (São Paulo - 13/03/1978)
- Márcia formou-se em Artes Cênicas na Universidade São
Judas Tadeu. No teatro atuou em Onde Está o Nino ?, Castelo
Rá-tim-bum II, Prâ Que e Porquê ? (direção
de Mira Haar), O Rato no Muro, A Lenda dos Jovens Detentos (direção
de Débora Dubois), entre outros. Atuou na novela Serras Azuis (direção
de Nilton Travesso, para Band) e participou do programa Sandy & Junior (TV
Globo). No cinema atuou em Xuxa Requebra (Tizuka Yamasaki/1999)
e Bens confiscados (Carlos Reichenbach/2004). Em Garotas do ABC,
interpreta Nelinha, menor de idade e afilhada da inspetora da fábrica.
Uma ótima garota apesar de mal compreendida por suas colegas de trabalho,
com exceção de Aurélia que sempre a apoiou. Tornam-se
grandes amigas. "Carlão é excepcional e sua simplicidade é contagiante",
diz a atriz. A Nelinha é uma marota, me diverti muito, a gente brincava
que ela queria ser a Aurélia quando crescesse". "O racismo" - finaliza
Márcia - "tema mascarado no Brasil, precisa ser mais debatido e denunciado. É bom
fazer parte deste projeto, me sinto um pouco mais cidadã e um pouco
mais negra".
VIVIANE PORTO (São Paulo/SP/02/01/1980) - Atriz e bailarina clássica,
Viviane participou de festivais de dança e ginastradas. Aos 16 anos
estreou no teatro, atuando na peça Bichos do Brasil (direção
de Betto Andreta, Beto Lima e Hugo Passolo, no grupo Parlapatões). Seguiram-se
Trilogia Oréstia (direção de Jussara Morais), O Rinoceronte
, Um Bonde Chamado Desejo (direção de Mônica Grando: as
duas peças??) e Sacundala de Calidasa (direção de Gabriel
Castelani). Na TV, estreou na novela Louca Paixão (Record/1997). Depois
fez Amor e Ódio (SBT/1999). Na Globo, seu primeiro trabalho se deu na
minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003). Em seguida, foi escalada
para o elenco da novela Chocolate com Pimenta (2004). Com Garotas do ABC faz
sua estréia no longa-metragem, interpretando Indalércia. Viviane
define Indalércia como " uma sorridente operária da tecelagem
canadense, cheia de vida, que adora dançar e provocar ciúmes
em Aurélia ".
LINA AGIFU (São Paulo - SP/07/03/1972)-
Iniciou-se em teatro (em 1993) num dos cursos do CPT (Centro de Pesquisa Teatral),
de Antunes Filho. Estudou no Indac (Instituto de Arte e Ciência, de São
Paulo, que seguia a linha de pesquisa de Antunes Filho,1996). A estréia
profissional se deu na peça Pedro, O Cru (direção
de Georgete Fadel), vencedor do Prêmio Nascente/USP/1998. Participou,
depois, de outras montagens teatrais e fez incursões nas áreas
de direção, dramaturgia e dança contemporânea. O
primeiro contato com o cinema se deu com Carlos Reichenbach, nas Oficinas Oswald
de Andrade. Atuou no curta Puta Solidão, de Eduardo Aguilar, e
em Dois Córregos. Sobre sua personagem, Kinuyo,
Lina Agifu comenta: "o universo dela se apoia em dois pilares: a amizade com
as meninas da fábrica e com a família, que vive em Suzano".
KELLY DI BERTOLLI (São Paulo-SP/06/08/1972) - Atriz
formada em Artes Cênicas pela ECA-USP, Kelly se define como "uma típica
paulistana da Zona Leste, da periferia mesmo". Depois de freqüentar vários
cursos e oficinas, a atriz teve no dramaturgo Plínio Marcos (1935-1999)
um grande mestre. "Trabalhei com ele no projeto A Vocação. Íamos
a escolas e associações, ele fazia palestras e nós -
duas atrizes que o acompanhavam - representávamos trechos de peças
dele, como A Balada de um Palhaço ". Dois outros nomes são
importantes na história da atriz: o diretor Augusto Boal e a coach e
professora de teatro, Fátima Toledo. "Com Boal, fiz trabalho ligado
ao Teatro do Oprimido, que culminou na montagem de A Exceção
e a Regra, de Brecht". Com Fátima Toledo, "atuei na preparação
dos atores do filme Tainá II ". Kelly conheceu Reichenbach
na USP. "Eu estudava Artes Cênicas e freqüentava, como ouvinte,
aulas de Cinema. Atuei em vários curtas de alunos dele. No teatro, Kelly
trabalhou com o grupo A Fábrica. No monólogo Valsa
No. 6, interpretou nove personagens. No final de sua graduação
na ECA, preparou a pesquisa "A Partitura do Ator". Sobre Nair,
sua personagem em Garotas do ABC, ela comenta: "ela é tecelã,
tem sua máquina e, à noite, se prostitui. Esta foi uma realidade
com a qual convivemos no ABC. Nair é brigona, quebra uma cadeira numa
confusão no Clube Democrático ABC, mas defende as colegas operárias. É religiosa
e, ao jeito dela, muito solidária".
ANA CECÍLIA COSTA (Jequié/Bahia - 07/01/1970) - Atriz formada
pela Universidade Federal da Bahia, Ana Cecília iniciou-se no teatro
profissional em Salvador. No começo dos anos 90 radicou-se no Rio e
estreou em minissérie da TV Manchete (Ilha das Bruxas /1991).
Seguiram-se as novelas Tocaia Grande (95/96) e Xica da Silva (96/97).
Na Globo atuou na minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos.
No SBT, fez as novelas Direito de Nascer, Pequena Travessa e Canavial
de Paixões (2003/04); na Record, Vidas Cruzadas. Ana
Cecília estuda cinema na Estácio de Sá e já dirigiu
seu primeiro curta (O Casamento /2003). Ela está preparando
(como co-produtora, roteirista e diretora), um média-metragem sobre
a poeta Ana Cristina César. Em 2000/01, trabalhou como atriz e assistente
de direção de dois longas-metragens, em Berlim/Alemanha. Garotas
do ABC - Aurélia Schwarzenega é sua estréia no longa. "Meu
personagem" - conta a atriz - " é Do Carmo, a chefe das operárias
na Tecelagem Mazini. Ela não é estimada pelo grupo. Carlão
me avisou que o personagem seria pequeno, mas marcante. Que eu não teria
muitas falas e deveria dizer tudo com olhos".
MARIANA LOUREIRO (São Paulo-SP/15/07/1976) - Atriz formada em Artes
Cênicas pela ECA-USP, Mariana trabalhou no Centro de Pesquisa Teatral,
de Antunes Filho, e participou da montagem de Drácula e Outros Vampiros (1996/97).
Em 2002, atuou em três espetáculos teatrais em
companhia de Londres (Inglaterra). No cinema, estreou no longa Abril
Despedaçado (Walter Salles/2002). Seguiram-se De Passagem (Ricardo
Elias/2004) e 1,99 - No Império da Nebulosa (Marcelo
Masagão/2004). Tem convite para protagonizar Carmo,
longa-metragem de Murilo Pasta, diretor brasileiro radicado em Londres. Mariana
atua em dois projetos teatrais da Secretaria Municipal de Cultura: Formação
de Público para Teatro e Teatro Vocacional. Em Garotas do ABC,
interpreta enfermeira que trabalha na Tecelagem Mazini.
ANTÔNIO PITANGA (Salvador/BA-06-06-1939) - Um dos
atores-fetiche de Glauber Rocha, Antônio Luiz Sampaio foi rebatizado
Antônio Pitanga por causa do sucesso de seu primeiro trabalho cinematográfico: Bahia
de Todos os Santos (Trigueirinho Neto/1960). Até ser descoberto
pela equipe do filme, vivia do ofício de carteiro. Entusiasmado com
o sucesso no cinema, o jovem ator foi estudar Arte Dramática na Escola
de Teatro da UFBa (Universidade Federal da Bahia). Depois do filme de Trigueirinho,
Pitanga atuou em produção estrangeira (A Estrada do Amor, de
Wolfgang Schleif) e fez seu primeiro trabalho com Glauber (Barravento,
1961). Começava ali amizade, que marcaria profundamente a carreira dos
dois baianos. Quem assistir ao filme Câncer (Glauber/1968/72),
verá o quanto o cineasta admirava seu ator. Ainda com Glauber, Pitanga
faria breve aparição em Terra em Transe (1967), atuaria
em Di (1977, curta premiado em Cannes), apareceria no
documentário Jorjamado no Cinema (1977) e seria o Cristo negro
de A Idade da Terra (1979). O ator foi um dos nomes mais requisitados
pelos diretores do Cinema Novo. Em mais de 40 anos de carreira, atuou em meia
centena de filmes e dirigiu um (Na Boca da Noite, 1978, que protagonizou
ao lado de Norma Bengell). Entre os títulos importantes em que atuou,
fora da esfera cinemanovista, vale destacar O Pagador de Promessas (Anselmo
Duarte/1962), Compasso de Espera (Antunes Filho/1973), Jardim
de Guerra (Neville D'Almeida/1972), A Mulher de Todos (Rogério
Sganzerla/1969) e Ladrões de Cinema (Coni Campos/1977). Na
fase da Retomada, Pitanga atuou em vários filmes. Neste momento ele
interpreta o chefe do Corpo de Bombeiros na novela Celebridade e
atua na peça Capitães da Areia. Em Garotas do ABC,
ele interpreta Aurélio, pai da protagonista, e tem a alegria de nuclear
família composta com Rocco Pitanga, Neide de Deus e Ângela
Corrêa. Vale lembrar que Pitanga pediu ao dramaturgo Sílvio de
Abreu que criasse - numa novela - uma família negra composta com pai,
mãe e filhos.
ROCCO PITANGA (Rio/RJ - 18/07/1980) - Filho do ator Antônio
Pitanga e da atriz-e-bailarina Vera Manhães (da novela Bandeira
Dois e do filme A Moreninha) e irmão da atriz Camila
Pitanga, Rocco estreou no cinema em Seja o Que Deus Quiser! (Murilo
Salles/2003), no papel do cantor carioca PQD. O cinema, aliás,
está na origem de seu nome, já que o pai, ao registrá-lo,
homenageou o filme Rocco e Seus Irmãos (Visconti/1960). Na
TV, começou como apresentador do Globo Ciência. Depois, em Malhação,
representou um professor de volei. Atuou na novela Desejos de Mulher (Globo/2003)
e atualmente integra o elenco de Da Cor do Pecado (Globo, 19h00).
Em Garotas do ABC, interpreta Adilson, filho de Aurélio
e Dona Avelina, que tem uma queda pela tia, Tereza.
ÂNGELA CORRÊA (São Paulo/SP) -
Atriz brasileira radicada em Buenos Aires, Ângela foi modelo de Yves
Saint-Laurent e Paco Rabane, nos tempos em que viveu em Paris (1974 a 1979).
Além de desfilar, ela atuava no teatro musical, como bailarina e corista.
Ao regressar ao Brasil, Ângela atuou em humorísticos da Rede Globo
(Planeta dos Homens e Viva o Gordo). Sonhava ser cantora,
por influência da mãe, dona de voz privilegiada. Até que
desistiu e resolveu aprofundar-se na carreira de atriz. Atuou em Pacto
de Sangue (Rede Globo/89) e estourou na Manchete, como protagonista da
minissérie Escrava Anastácia (1990). Em seguida, participou
de Mãe de Santo (ainda em 90) e Filhos do Sol (91).
Com Walter Avancini fez Abolição. Em 92, atuou em El
Viaje, filme do argentino Fernando Solanas. Durante a filmagem, apaixonaram-se.
Casaram-se e Ângela foi viver em Buenos Aires. Lá, montou o monólogo - Estrela
Negra, escrito pela uruguaia Adriana Genta. Com Solanas, atuou no longa-metragem A
Nuvem, que lhe valeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Biarritz. Ângela
tem feito novelas no Brasil (caso das recentes Vidas Cruzadas, na
Record, e Amor e Ódio, no SBT). Em Carandiru, interpretou
Dona Graça, esposa de Nego Preto (Ivan de Almeida). Em Garotas
do ABC - Aurélia Schwarzenega ela é Tereza,
tia de Aurélia e Adilson, com quem mantém relação
muito especial.
NEIDE DE DEUS (Ibiá-MG/05/11/1958) - A mineira Neide
chegou a São Paulo em 1981. Nos anos 90, disposta a seguir carreira
artística, fez curso de dublagem com José Parisi e estudou
interpretação na Escola Macunaíma. Participou da dublagem
do filme Sonhando Acordado e, no teatro, atuou em O Lobo, os
Três Porquinhos, o Gênio e a Lâmpada (2001). Na TV,
fez participação em A Turma do Gueto (Record). Em Garotas
do ABC, sua estréia no cinema, interpreta Dona Avelina,
mulher de Aurélio e mãe de Aurélia e Adilson.
FERNANDO PAVÃO (São Paulo/SP - 12/01/1971) - Fernando
iniciou-se na carreira artística aos 22 anos, na companhia Os Menestréis,
de Oswaldo Montenegro. Estudou na Escola de Teatro Célia Helena, fez
novela na Band (Meu Pé de Laranja Lima), na Globo (Malhação, temporada de
outubro/99 a abril/2002, no papel do Prof. Guto, treinador do time
de pólo aquático) e está no elenco de Metamorphose,
nova novela da Rede Record, (direção de Tizuka Yamasaki). Em Garotas
do ABC - Aurélia Schwarzenega, Fernando interpreta Fábio,
namorado de Aurélia e integrante do grupo neofacista de Salesiano. O
ator define Fábio como um grande personagem, pois "ele é denso,
cheio de conflitos". E conta que Carlão permitiu, no processo de preparação dos
personagens, que "nós, os atores, improvisássemos muito no
ensaio. O que resultou em experiência enriquecedora para todos
nós".
SELTON MELLO (Passos/MG/30/12/1972) - O mineiro Selton tinha
dois anos quando mudou-se com a família para São Paulo. O desejo
de ser ator o levou, aos nove anos, à Rede Bandeirantes (estreou na
novela Dona Santa /1981). Na Globo, atuou nas novelas Corpo a
Corpo (84), Pedra Sobre Pedra (92), A Indomada (97),
na microssérie A Invenção do Brasil (2000), na
minissérie Os Maias, (2002) e na série Os Normais (2003).
No teatro, atuou em Esperando Godot (direção de José Celso
Martinez Corrêa), produziu e atuou em O Zelador (dir. de
Michel Bercovitch) e produziu, atuou e dirigiu Zastrozzi.
Sua estréia no cinema se deu em 1990, no filme Uma Escola Atrapalhada,
produção de Renato Aragão. Seguiram-se Lamarca (94), Guerra
de Canudos e O Que É Isso, Companheiro? (ambos de 96), Auto
da Compadecida (2000, no qual interpretou Chicó), Lavoura
Arcaica (2001, que lhe rendeu os prêmios de melhor ator nos festivais
de Brasília, Havana, Lleida/Espanha e Lima/Perú), Caramuru
- A Invenção do Brasil (2002), Lisbela e o Prisioneiro (2003), Nina (Heitor
Dhalia/2004) e Árido Movie (Lírio Ferreira/2004). Em Garotas
do ABC, Selton interpreta um jovem advogado, Salesiano de Carvalho,
herdeiro de uma grande pedreira, que lidera grupo neofacista e lê Nietzsche.
Para definir seu personagem, o ator lança mão de aposto usado
por Carlão: ele é um "Mussolini dos Trópicos". Vale lembrar
que, em Garotas do ABC, Selton Mello é também co-produtor.
E que ele tem projetos de produzir ou co-produzir - como vem fazendo no teatro
- novos filmes.
DIONISIO NETO (São Luiz/Maranhão/29/12/1971)
- Ator, dramaturgo e diretor, o maranhense Dionísio Neto causou furor
no teatro paulista, ao longo dos anos 90. Sua formação teatral
deu-se no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), dirigido por Antunes Filho. Passou
três anos no conceituado grupo, depois trabalhou em peças de José Celso
Martinez Correia, Gerald Thomas e Bia Lessa. No cinema, iniciou-se em filmes
de Carlos Reichenbach. Escreveu e atuou em oito peças de teatro, sendo Perpétua,
a mais conhecida. Em Carandiru interpretou o "enfermeiro" Lula,
um detento viciado em crack. Atuou no longa Contra Todos, de Roberto
Moreira (como Lindovaldo). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega,
interpreta o líder sindical André Luiz Oliveira. Dionísio
define seu personagem como "um trabalhador comum, culto, engajado e galanteador".
MILHEM CORTAZ (São Paulo/06/12/1972) - Ator paulistano
de origem árabe-italiana. Estudou no Teatro Piccolo de Milão
(1986), passou pelo CPT (Centro de Pesquisa Teatral) de Antunes Filho e atuou
em várias montagens dirigidas por Ulisses Cruz. No teatro, conquistou
os prêmio APCA, Aptesp e Shell. Foi ator em oito curtas e nos longas Através
da Janela (Tata Amaral, 2000), Domésticas (Meirelles & Olival/2000),
Carandiru (Hector Babenco/2003), Cabra Cega (Toni Venturi/2004) e Nina (Heitor
Dhalia/2004). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega interpreta
Alemão, que vive agregado ao grupo neofascista de Salesiano. Milhem
lembra que para seu personagem, "cicatriz é prêmio".
FÁBIO FERREIRA DIAS (Santos/SP/27/03/1965) - Ator
de teatro, com atuação nas peças Os Luzíadas,
Zumbi e Retiro dos Sonhos. Na TV, atuou na novela Roda de
Fogo (Record/1998/99) e na minissérie O Desafio de Elias.
No cinema participou de alguns curtas e dos longas Nina (Heitor Dhalia/2004)
e Garotas do ABC. Neste filme, sob direção de Carlos
Reichenbach, interpreta Ruggero. "Meu personagem" - conta o ator - "é um
motoqueiro apaixonado por uma mulher mais velha (Sofia /Vera Mancini),
e participa da gangue de Salesiano. Uma gangue de orientação
de extrema-direita, embora ele não tenha muita noção desta
orientação. Sua violência e truculência são
meio infantis (não na intensidade, mas na forma em que se manifestam).
Ele é meio pateta".
EDUARDO SOFIATI (Blumenau- SC -15/04/1968)
- O ator iniciou-se no teatro, em Santa Catarina. Participou de diversas
montagens apresentadas em vários
festivais catarinenses. Em 1996, radicou-se em São Paulo e formou-se
no Studio Fátima Toledo. Na televisão, fez comerciais. No cinema,
depois de atuar em dois curtas-metragem, realizou sua estréia (no longa-metragem)
interpretando Nicanor, em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega. Para
Eduardo Sofiati, seu personagem, Nicanor, que integra a gangue do
neofascista Salesiano é "daquelas pessoas que sempre tentam
provar algo para alguém, deixando de se ver, deixando de se perceber.
Este trabalho, para mim, foi um presente, aprendi muito com ele".
PAULO BORDHIN (São Luiz Gonzaga-RS/04/06/1960) - O gaúcho Bordhin formou-se em Jornalismo, em Porto Alegre. Mudou-se para Florianópolis, onde trabalhou na RBS (Rede Brasil Sul). Em 1988, abandonou o jornalismo para dedicar-se à carreira artística. "Fui batizado em um teste-ritual para As Bacantes, sob chuva, no Teatro Oficina, ainda sem teto". Estudou na Escola Macunaíma e conheceu Fátima Toledo. "Com ela" - relembra - "participei de processo de montagem de O Sonho, de Strindberg, que durou oito meses e foi uma grande escola". Trabalhou em 15 espetáculos, musicais e comédias, entre eles, Omstrab, Acordes Celestinos e Verás que é Tudo Mentira. Seu tipo engraçado já lhe rendeu cerca de 150 filmes publicitários, vários como sósia do Woody Allen. Na TV, fez o Telecurso 2000 (Globo) e as novelas O Direito de Nascer e Pícara Sonhadora (SBT). Atualmente, Bordhin, está nos elencos de Othello (no Galpão do Folias), O Burguês Fidalgo (apresentações em praças públicas) e no show The Beatles Songs, no Teatro Folha. Em Garotas do ABC, sua estréia no cinema, interpreta Fineza, dono de uma casa de bilhar decadente. Nela se reúnem os neofascistas comandados por Salesiano de Carvalho. Como sub-texto para compor Fineza, diz o ator, "tentei personificar o estado de acuamento e passividade do cidadão de hoje diante da violência de mentes-dementes, inaptas ao convívio com a diversidade humana. Levado ao limite, ele reage e interfere para o desfecho da história".
ALESSANDRO AZEVEDO (Puxinanã/PB/23/07/1968) - O ator
paraibano, radicado em São Paulo desde 1991. Iniciou carreira no teatro
em Campina Grande. Em 91, tomou o rumo de São Paulo, para fazer
cursos no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), de Antunes Filho. Depois, criou
o Palhaço Melão e fez espetáculos de rua. Em 96, criou
outro palhaço, o Charles, que animava Saraus em espaços abertos.
Em 2000, os Saraus do Charles ganharam maior freqüência. Alessandro
fundou, com parceiros, o Raso da Catarina (espaço teatral localizado
na Vila Madalena). Como não poderia deixar de ser, a primeira peça
montada no novo espaço foi Lampião Vai ao Inferno Buscar
Maria Bonita. Com base em entrevista concedida por Virgulino Ferreira,
em 1926, a um jornal, Alessandro e Dani Carmona criaram a peça O
Amanhecer de Lampião, para dois personagens (Lampião e
Maria Bonita) e um sanfoneiro. O primeiro contato do ator com o cinema se deu
na minissérie O Cangaceiro, de Aníbal Massaíni
(ainda inédita). Depois, atuou em Sonhos Tropicais, de André Sturm;
Narradores de Javé, de Eliane Caffé e Contra Todos,
de Roberto Moreira. Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega interpreta
Maleita, um "justiceiro de periferia".
MARCELO BORTOTTO (São Paulo-SP/17/03/1969) - Formado
em Jornalismo, Marcelo dedicou-se, durante 13 anos (1987-2000) à rádio
pirata Paranóia. Em 1998, trocou o jornalismo pela carreira artística.
Já participou de quase 30 comerciais, escreveu o roteiro e atuou no
curta Os Últimos Dias de Papai Noel (Eduardo Aguilar/2003)
e fez sua estréia no longa-metragem em Garotas do ABC. "Faço
eu mesmo" - brinca - "aparecendo em duas seqüências. Numa, participo
de um baile do Clube Democrático ABC e na outra faço um tarado
que ataca uma das tecelãs, amiga de Aurélia, num ponto de ônibus".
Em Bens Confiscados, Marcelo interpreta o proxeneta Timóteo.
ÊNIO GONÇALVES (Porto
Alegre/RS) - Ator de teatro, cinema e TV, o gaúcho Ênio Gonçalves chegou
ao Rio em meados dos anos 60, recém-formado em Arte Dramática,
pela UFRGS. Estreou no teatro em Toda Nudez Será Castigada, sob
direção de Ziembinski. O cineasta argentino-brasileiro Carlos
Hugo Christensen o viu no palco e o convidou para interpretar o engenheiro José Roberto,
em O Menino e o Vento (1966). Em 40 anos de carreira, Ênio
atuou em 33 longas-metragens, 12 novelas (estreou em Simplesmente Maria,
na Tupi, e na Globo fez Pedra Sobre Pedra) e 40 peças teatrais
(como ator, diretor ou autor). Nos filmes Instinto Devasso (82),
de Luiz Castellini e Doce Delírio (82), de
Manoel Paiva, intensificou a sua amizade com o diretor de fotografia Carlos
Reichenbach, que já o enxergava como o seu futuro Fausto, de Filme
Demência. Além de O Menino
e o Vento, Ênio destaca os filmes Brasil Ano 2000 (Walter
Lima Jr/68), O Olho Mágico do Amor (Garcia & Martins/81), Filme
Demência (85), Anjos do Arrabalde (86), ambos de Carlos
Reichenbach; e várias comédias eróticas dirigidas por
Fauzi Mansur. Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, Ênio
Gonçalves interpreta o jornalista Nelson Torres. Seu trabalho
lhe rendeu o Troféu Candango (melhor ator coadjuvante) no Fest Brasília/2003. Para Ênio, foi "um
prazer" interpretar "um personagem que nada tem de neurótico ou deprimido".
Em comum acordo com Reichenbach, Ênio fez de Nelson Torres "um
cara maduro, de cabelos brancos, muito simpático e capaz de enfrentar
a vida com muita doçura". O ator recebeu dois prêmios no
RioCine Festival (como protagonistas do longa Filme Demência e
do curta Com o Andar de Robert Taylor).
ADRIANO STUART (Quatá/SP/19/02/1944) - Ator formado
no circo, Adriano estreou na TV Tupi aos sete anos. Dirigiu programas e filmes
dos Trapalhões, além de sátiras (como Bacalhau/1975) e
comédias eróticas. Estreou no cinema em O Sobrado (Walter George
Durst/1955). Com Mazzaropi, fez Meu Japão Brasileiro (G. Mirko
Laurelli/1964). Depois de atuar como assistente de direção, roteirista
e diretor de uma dezena de filmes, passou a ser requisitado como ator
por Ugo Giorgetti (Festa, que lhe rendeu o Kikito em Gramado, Sábado,
Boleiros e O Príncipe), Beto Brant (Os Matadores) e Carlos Reichenbach
(Garotas do ABC, em que interpreta o delegado Oswaldo Sampaio). O ator diz
que seu personagem é "um delegado revoltado com sua condição,
pois todos os crimes acontecem em sua área. Ele não tem sossego".
E que adorou interpretá-lo.
VERA MANCINI (São Paulo/SP) - Atriz de teatro, cinema
e TV, Vera Mancini já ganhou os prêmio Mambembe, APCA e
Apetesp. Foi indicada aos prêmios Moliére e Shell. Fez novelas
na Globo (O Amor Está no Ar) e no SBT (Amor e Ódio,
Jamais te Esquecerei). Atuou na série Retrato Falado, com
Denise Fraga. No teatro, participou de vinte montagens, sob direção
de Gabriel Vilella, Bibi Ferreira, Antônio Abujamra, Eduardo Tolentino,
entre outros. Sua estréia no cinema se deu em Bellini e a Esfinge (Roberto Santucci
/2002). Depois, participou de Carandiru (Hector Babenco/2003).
Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, seu terceiro longa,
Vera interpreta Sofia, uma alcóolatra atrevida e franca. Em
todas as projeções já realizadas do filme, Sofia demonstrou
ser o personagem de maior empatia com o público graças ao carisma
de Vera. Por seu desempenho, ganhou o Troféu Candango de melhor
atriz coadjuvante no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro/2003.
FAFÁ DE BELÉM (Belém/PA/10/08/1956)-Fafá estreou
como cantora em 1973, num show no Iate Clube de Belém. Em 1975, estourou
na parada de sucesso com Filho da Bahia (Walter Queiroz), parte da trilha sonora
da novela Gabriela. Em 76, lançou o primeiro elepê - Tamba Tajá,
que fez enorme sucesso. Seguiram-se 20 discos, entre eles Águia,
Atrevida (este vendeu meio milhão de cópias), Meu
Fado (que ganhou disco de platina na semana do lançamento em Portugal),
Cantiga para Ninar meu Namorado, Fafá ao Vivo, Pássaro Sonhador.
Em Garotas do ABC, Fafá interpreta Solange, diretora do Clube
Democrático.
ZÉ RICARDO (Rio de Janeiro - RJ/12/05/1970)
- Cantor, compositor, arranjador e produtor musical, o carioca Zé Ricardo tem
dois discos lançados e já emplacou músicas nas trilhas
das novelas Zazá e As Filhas da Mãe (ambas na Rede Globo). Atualmente,
tem sua música Beijo do Olhar tocando nas rádios do Rio, é o
curador e diretor musical do Vivo Open Air, evento que mistura música
e cinema e está prepando o lançamento do seu DVD ao vivo que
conta com a participação de nomes com Sandra de Sá, Toni
Garrido e Djavan. Teve seu primeiro flerte com o cinema quando compôs
a trilha do curta metragem Posta Restante, de Janaína Diniz (texto de
Moacyr Scliar, roteirizado por Ruy Guerra). Depois de conhecer a produtora
Sara Silveira, e por indicação do cineasta José Antônio
Garcia à Reichenbach, mergulhou de cabeça no filme
Garotas do ABC, compondo três músicas para a trilha, participando
como ator e cantando (em dueto com Fáfa de Belém) a música Olhos
Coloridos.
NILL MARCONDES (Foz do Iguaçu/PR/06/03/1972) - O paranaense Nill mudou-se para Goiânia aos dois anos de idade. Lá, preparou-se na Escola de Teatro Martin Cererê. Deixou Goiás aos 19 anos. Depois de participar de vários comerciais, foi convocado para a remontagem de Hair, dirigida por Jorge Fernando. Com Walter Avancini fez as novelas Xica da Silva e Mandacaru. Na Globo, fez Força de Um Desejo, de Gilberto Braga. Na Record, Vidas Cruzadas. Atuou na série Aprender a Empreender (TV Sebrae), dirigida por João Camargo, e na série República (Odorico Mendes). No cinema, foi Ezequiel em O Homem do Ano (José Henrique Fonseca/2003), e Pimenta, em Carandiru (Babenco/2003). Carlos Reichenbach o convidou para interpretar Osório, um verdadeiro pé de valsa, que baila no Clube Democrático ABC com sua namorada Indarlécia. Em Bens Confiscados, do mesmo Reichenbach, interpreta o policial Giba. Bruno Barreto o convocou para interpretar um corinthiano em O Amor de Romeu e Julieta (Bruno Barreto).
WILSON CARDOZO (Porto Alegre/RS/08/11/1969) - O gaúcho Wilson iniciou-se na carreira artística como cantor e ator autodidata, no Rio Grande do Sul. Aos 20 anos, radicou-se em São Paulo e procurou escolas para se aperfeiçoar em teatro, cinema e TV. Integrou o elenco de diversas peças (como Othelo, de Shakespeare; Querelle, de Jean Genet; O Amor Médico, de Molière). Participou do projeto de Revitalização do Centro da Cidade de São Paulo, levando espetáculos teatrais a espaços cênicos da região. Na TV, participou da série Mulher, das novelas Malhação e Mulheres Apaixonadas (interpretou o motorista Jeremias). Fez dois curtas (um, inglês: Deliverous, de Marcos Frutig, e o outro brasileiro, Ataque, de Nereu Cerdeira). Interpretou um policial no longa Seja o Que Deus Quiser!, de Murilo Salles. Em Garotas do ABC, Wilson Cardozo interpreta Nestor. Ele define o personagem: "jovem, negro, bem sucedido e apaixonado por Aurélia, Nestor encanta a família da moça mas não obtém o mesmo sucesso com ela". Desde o início "sabia que era um papel pequeno, mas o trabalho de integração com o elenco aplicado em todo o processo foi singular. A começar por isso, qualquer personagem cresce".
MII SAKI (Tóquio/Japão/28/03/1956) - Atriz e bailarina nipo-brasileira, Mii Saki figura em verbete da Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Editora Senac/1997) com seu primeiro nome artístico (Misaki Tanaka) e extensa folha de serviços prestados ao cinema brasileiro. Ela era bailarina da TV Record, quando Ody Fraga a convidou a participar, com Vera Fischer, do elenco de Macho e Fêmea (1973). Seguiram-se muitos filmes e trabalhos com Walter Hugo Khouri (Paixão e Sombra, O Prisioneiro do Sexo), Carlos Reichenbach (o longa "Império do Desejo" e o curta "Sonhos de Vida"), Antônio Calmon ("O Bom Marido") e Jean Garret (A Força do Sentido e O Fotógrafo). Atuou, também, em Gaijin, Caminhos da Liberdade (Tizuka Yamasaki/1980), no infantil E a Vaca Foi Pro Brejo (José Adalto Cardoso/81), Fogo e Paixão (Weinfeld & Kogan/87); Sua Excelência, o Candidato (Ricardo Silva Pinto/92). Foi produtora, apresentadora e diretora da rádio e TV Cultura. Faz como apresentadora e/ou atriz série de programas para a NHK japonesa. É musicista, jornalista, radialista, publicitária e autora de livros infantis (Os Bichos da Praia). Em Garotas do ABC, Mii interpreta Dona Mariko, mãe da tecelã Kinuyo (Lina Agifu).
CLEIDE QUEIROZ (Santos-SP) - Atriz amadora desde 1954, em sua cidade natal, Cleide transferiu-se para São Paulo, em 1969. Atuou, já profissionalmente, na companhia de Paulo Autran, e seguiu carreira no teatro como atriz, bailarina e cantora. No cinema, fez Pixote (Babenco/1980), Sete Dias de Agonia (1982) e O Baiano Fantasma (1984), ambos de Denoy de Oliveira; A Hora da Estrela (Suzana Amaral/1985), foi Zefa, em Domésticas (Meirelles & Olival/2000), a mãe de um detento em Carandiru (Babenco/2003) e trabalhou em equipes técnicas de filmes de Carlos Reichenbach. Na TV Cultura participou de Castelo Rá-Tim-Bum e do programa Revistinha. No teatro, os melhores papéis lhe foram oferecidos pelo diretor Gabriel Vilela (protagonizou, como Joana, o musical Gota d´Água). Em Garotas do ABC, interpreta Dona Mariana, mãe de Fábio, o namorado de Aurélia, que participa do grupo neofascista liderado por Salesiano.
JOSÉ PAULO ROSA (Porto Alegre/RS/29/12/1955) - O gaúcho José Paulo ganhou prêmio de ator revelação em Porto Alegre, com a montagem de Cordélia Brasil. Em 1976, radicou-se em São Paulo, e dedicou-se ao teatro, atuando em 25 peças e dirigindo 19. Pesquisa Literatura Brasileira e já adaptou e dirigiu oito obras para o teatro (atualmente mantém seis espetáculos em repertório no projeto Panorama Literário Brasileiro). Fez 36 cursos na área de Artes (entre eles, aulas na Welsh Collegw of Music&Dram, na Grã-Betanha; Simpósio Internacional com Jerzy Grotowski e Thomas Richards e oficina de teatro com o grupo suíço Sunil Ensemble). Atuou em 18 campanhas comerciais e participou de dois longas de Walter Salles: A Grande Arte (1990) e Terra Estrangeira (95). José Paulo atuou nos curtas Negros de Ouro em Ouro Preto, de Daniel Cherniawsky, e Um Sonho, Uma Ilusão, do argentino-brasileiro Maurício Berú. Em Garotas do ABC, interpreta o nordestino Damasceno, apelidado de Sergipe. "Meu personagem é desafiado para um jogo de bilhar com a gangue de Salesiano e ganha, fato que gera conflito entre eles".
KAZUO MATSUI (São Paulo - SP/27/03/1970) - Ator e modelo de origem nipônica, com formação teatral. Atuou em campanhas publicitárias de destaque entre a colônia japonesa, como Banco do Brasil, Volkswagem, Telefonica, Schinkariol e Embratel. Estreou no cinema em Até que Vida nos Separe (José Zaragoza/1998) e, depois, fez Bossa Nova (Bruno Barreto/2000), no qual interpretou um chinês, namorado da personagem de Débora Bloch. Na TV, participou da minissérie Aquarela do Brasil. Em Garotas do ABC, interpreta Eizo, filho de imigrantes japoneses, radicados no município de Suzano, interior paulista. "Tenho a responsabilidade" - diz ele - " de trazer ao filme mensagem poética e final feliz". Por isso, "fiquei muito satisfeito em participar deste grande projeto, que mostra um pouco mais das múltiplas faces brasileiras. Nosso núcleo de personagens revela a face oculta de famílias humildes, que convivem próximo à violência urbana, mas que trazem fascinante toque poético".
HIDEO SATO (São Paulo/SP/01/03/1936) - Ator de comerciais, com várias figurações em filmes e passagem pelo teatro (na ópera Madame Butterfly). Em Garotas do ABC - Aurélia Schwarzenega, ele interpreta o Vovô Sugawa. "Foi muito divertido trabalhar neste filme", conta, bem-humorado. "Nós filmamos em Suzano e a Lina Agifu, com quem trabalhei em Madame Butterfly, fez o papel da minha neta).